Governança de Dados: Como corrigir a promessa quebrada nas empresas

André Pino
12 de agosto de 2025

A governança de dados é, hoje, uma das principais prioridades para empresas que desejam se manter competitivas em um mundo cada vez mais orientado por informações. Cerca de 70% das corporações mais valiosas do planeta já são data-driven, o que reforça a importância de saber gerenciar, proteger e governar dados sensíveis de forma eficaz. No entanto, apesar dos investimentos, muitas organizações ainda enfrentam um cenário frustrante: a promessa da governança de dados não está sendo cumprida.
 
Isso acontece porque os modelos tradicionais se baseiam em processos manuais, auditorias periódicas e equipes desconectadas. O resultado? Um sistema engessado, reativo e com políticas que raramente saem do papel. A governança de dados moderna, por outro lado, exige automação, visibilidade contínua e integração com ferramentas de segurança como DSPM (Data Security Posture Management) e DLP (Data Loss Prevention).
 
Neste artigo, vamos explorar porque a governança de dados falha em muitas empresas e como soluções como o DSPM têm transformado essa realidade, tornando a governança mais eficiente, proativa e alinhada aos desafios atuais da segurança da informação.

O que é Governança de Dados e seus principais desafios

A governança de dados pode ser definida como o conjunto de políticas, processos e responsabilidades que garantem a qualidade, segurança, conformidade e uso eficaz das informações dentro de uma organização. Na teoria, ela permite que as empresas tenham maior controle sobre seus ativos de dados, promovendo transparência, integridade e proteção contínua. No entanto, na prática, essa estrutura muitas vezes encontra obstáculos que comprometem sua efetividade.
 
Entre os principais desafios da governança de dados, estão a fragmentação de sistemas, a dependência de processos manuais e a falta de visibilidade contínua sobre onde os dados estão e como estão sendo utilizados. Em muitos casos, o programa de governança é conduzido como um exercício de "compliance formal", com foco em auditorias periódicas e controles burocráticos, sem integração com os fluxos operacionais do dia a dia.
 
Esse distanciamento entre intenção e prática contribui para uma visão limitada da governança. Ela acaba sendo tratada como um projeto isolado, e não como parte da estratégia de segurança e operação da empresa. Para superar esses desafios, é fundamental adotar abordagens mais modernas e automatizadas, capazes de acompanhar a complexidade dos ambientes atuais, especialmente em arquiteturas multicloud e híbridas.

As políticas de Governança de Dados que ficam só no papel 

Quando se fala em governança de dados, é comum associá-la apenas ao controle de acesso: quem pode acessar determinado banco de dados, com qual permissão e por quanto tempo. Embora esse seja um componente essencial, ele representa apenas uma fração do que um programa de governança realmente abrange. Muitas empresas estabelecem políticas robustas no papel, mas enfrentam dificuldades na hora de operacionalizá-las de forma contínua e eficaz.
 
Essas políticas geralmente cobrem áreas como preservação, segurança, conformidade e gestão dos dados. Elas determinam, por exemplo, que os dados devem ser criptografados, que backups devem ser realizados diariamente, ou que determinadas informações não podem ser acessadas por usuários de regiões específicas. No entanto, sem mecanismos de automação e monitoramento constante, essas diretrizes acabam não sendo implementadas corretamente. Cria-se assim uma lacuna entre a norma e a prática.
 
Casos comuns incluem permissões que não são revistas, dados sensíveis copiados para ambientes públicos ou ausência de metadados em conjuntos de dados críticos. Esses exemplos revelam um cenário em que a governança de dados existe, mas não é aplicada de forma consistente. Para mudar esse quadro, é necessário adotar tecnologias que permitam não apenas definir políticas, mas garantir sua aplicação em tempo real, com visibilidade e rastreabilidade.

DSPM: A solução para modernizar a Governança de Dados

Para lidar com os desafios da governança de dados no cenário atual, muitas organizações têm adotado o DSPM (Data Security Posture Management) como uma abordagem mais moderna, automatizada e eficiente. O DSPM permite que a governança deixe de ser um processo reativo e fragmentado para se tornar parte integrante da operação diária da empresa, com monitoramento contínuo, visibilidade em tempo real e aplicação automatizada de políticas.
 
Diferente dos modelos tradicionais, o DSPM não depende de auditorias periódicas nem de ações manuais para identificar riscos. Ele mapeia os dados, estruturados ou não, em todos os ambientes (nuvem, on-premises e híbrido). A partir deles, identifica vulnerabilidades como permissões excessivas ou configurações incorretas, e assegura que as políticas de segurança e compliance sejam efetivamente cumpridas. Além disso, o DSPM se integra com ferramentas já existentes, como DLP e CASB, potencializando a proteção e o controle de dados sensíveis.
 
Ao adotar o DSPM, as empresas conseguem operacionalizar a governança de dados, garantindo que as políticas sejam aplicadas na prática, com agilidade e precisão. Com isso, é possível reduzir riscos, aumentar a conformidade regulatória e estabelecer uma base sólida para estratégias de segurança e gestão da informação em escala.

Além da Segurança: Uma nova estratégia de Governança de Dados

A evolução da governança de dados vai além da simples proteção contra vazamentos e acessos indevidos. Ela passa a ser vista como uma estratégia corporativa integrada, capaz de alinhar segurança, conformidade e eficiência operacional. Nesse novo cenário, a combinação entre DSPM (Data Security Posture Management) e DLP (Data Loss Prevention) se mostra fundamental para garantir uma cobertura abrangente de todo o ciclo de vida dos dados.
 
Enquanto o DSPM atua na identificação, classificação e monitoramento dos dados em repouco (através do mapeamento de vulnerabilidades e aplicando políticas de forma contínua), o DLP entra como uma camada complementar, focada na proteção dos dados em movimento. Ele impede, por exemplo, que informações sensíveis sejam compartilhadas com usuários não autorizados ou enviadas para destinos não permitidos. Juntos, DSPM e DLP promovem uma governança mais robusta e proativa.
 
Mais do que uma medida de segurança, essa abordagem representa uma mudança de mentalidade: a governança deixa de ser uma obrigação de compliance e passa a ser um fator de diferenciação competitiva, permitindo que as organizações operem com mais confiança, agilidade e controle em ambientes digitais cada vez mais complexos.

Conclusão

Diante da crescente complexidade dos ambientes digitais e do aumento das exigências regulatórias, investir em uma governança de dados moderna, automatizada e integrada deixou de ser uma vantagem opcional para se tornar uma necessidade estratégica. Soluções como DSPM e DLP, quando combinadas, oferecem o nível de visibilidade, controle e proteção que as organizações precisam para operar com segurança e eficiência.
 
Mais do que uma estrutura de segurança, a governança de dados passa a ser um instrumento de transformação organizacional. Ela é capaz de promover a conformidade, reduzir riscos e fortalecer a confiança de clientes, parceiros e stakeholders. Ao integrar essas tecnologias ao fluxo de trabalho do dia a dia, as empresas deixam de apenas reagir a incidentes e passam a atuar de forma proativa, estratégica e escalável.
 
A governança de dados do futuro já está disponível!  E quem adotá-la agora estará mais preparado para enfrentar os desafios do presente e liderar com responsabilidade na nova era digital.


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