Por que cibersegurança também deve estar na pauta do RH e do Marketing?

Bruna Gomes
24 de setembro de 2025

Quando pensamos em cibersegurança, é comum imaginar que a responsabilidade está apenas nas mãos da equipe de TI. Mas, na prática, as ameaças digitais estão cada vez mais ligadas ao comportamento das pessoas e ao uso estratégico da informação. E isso envolve diretamente outras áreas da empresa, como RH e Marketing.


Esses dois setores lidam com dados sensíveis, canais de comunicação e relacionamentos essenciais para a reputação da marca. Por isso, também estão entre os alvos preferenciais de cibercriminosos. 


Neste artigo, vamos mostrar por que a segurança digital precisa ser compartilhada com todas as áreas do negócio, quais são os riscos que atingem diretamente o RH e o Marketing, e como essas equipes podem contribuir ativamente para proteger a empresa. Continue a leitura!

Qual a importância da cibersegurança para o RH e para o Marketing?

Por muito tempo, cibersegurança foi tratada como um tema técnico, restrito aos times de TI. Mas esse cenário mudou. Em um ambiente de negócios cada vez mais conectado, áreas como RH e Marketing também passaram a ocupar uma posição estratégica na proteção dos dados e da reputação da empresa.


Tanto o RH quanto o Marketing lidam diariamente com grandes volumes de informações sensíveis, como: dados de colaboradores, candidatos, clientes, leads, fornecedores, campanhas, acessos e muito mais. Esses dados, se expostos ou manipulados por agentes maliciosos, podem causar prejuízos, desde vazamentos e fraudes até impactos na imagem e na confiança da marca.


Além disso, essas áreas estão entre as mais visadas por ataques de engenharia social. Campanhas de e-mail marketing, redes sociais corporativas e comunicações internas podem ser exploradas para aplicar golpes, disseminar links maliciosos ou se passar por representantes da empresa.


Em outras palavras, RH e Marketing não são portas de entrada. E, justamente por isso, precisam estar integradas às estratégias de cibersegurança da organização, adotando boas práticas e atuando de forma ativa na prevenção de riscos.

Principais ameaças que esses setores sofrem

Já vimos que o RH e o Marketing são alvos preferenciais de cibercriminosos, seja pelo volume e tipo de dados que manipulam, seja pela exposição que possuem em canais digitais.

Confira algumas das principais ameaças direcionadas a essas equipes e porque elas são tão recorrentes:


Ameaças ao RH:

  • Vazamento de dados de colaboradores e candidatos
    O RH lida com dados pessoais, financeiros e médicos de funcionários, além de informações sensíveis em processos seletivos. Um vazamento pode gerar danos à privacidade dos envolvidos e à reputação da empresa.
  • Phishing direcionado usando nomes internos
    Golpistas costumam se passar por pessoas do RH para enviar e-mails falsos solicitando documentos ou acessos. Como o RH se comunica com toda a empresa, é um ponto vulnerável para engenharia social.
  • Manipulação de sistemas de folha de pagamento e benefícios
    Sistemas de RH são frequentemente alvos de tentativas de acesso indevido para alteração de contas bancárias, fraudes em valores ou até desvio de benefícios.


Ameaças ao Marketing:

  • Invasão de contas em redes sociais
    O acesso a perfis corporativos pode ser usado para aplicar golpes em seguidores, divulgar links maliciosos ou danificar a imagem da marca com postagens ofensivas.
  • Engenharia social por meio de campanhas falsas
    Cibercriminosos usam campanhas falsas, e-mails promocionais ou imitações de landing pages para coletar dados ou espalhar
    malware. Como o Marketing lida com o público externo, esse risco é constante.
  • Uso indevido de dados de leads e clientes
    Ao lidar com bases de dados e CRMs, o Marketing assume a responsabilidade por informações sensíveis de prospects e clientes. O mau uso ou vazamento desses dados pode resultar em sanções legais (
    como infrações à LGPD) e perda de confiança.


Essas ameaças mostram que RH e Marketing são áreas com pontos críticos que exigem atenção, preparo e integração com as demais áreas da empresa, especialmente com a TI e a alta liderança.

Como essas áreas podem contribuir ativamente para a proteção da empresa?

Mais do que evitar riscos, RH e Marketing têm um papel fundamental na construção de uma cultura de segurança digital. São áreas que se comunicam com pessoas, lidam com dados sensíveis e influenciam comportamentos dentro e fora da empresa. Por isso, suas ações têm impacto direto na proteção da organização. Veja como essas áreas podem contribuir ativamente:


O papel do RH na cibersegurança:

  • Promover treinamentos de conscientização
    O RH pode liderar ações de capacitação recorrentes para colaboradores de todas as áreas, abordando temas como phishing, uso seguro de dispositivos e boas práticas no ambiente digital.
  • Garantir um onboarding seguro de novos colaboradores
    Incluir orientações sobre cibersegurança já no processo de integração ajuda a criar uma base de comportamento seguro desde o início.
  • Aplicar políticas claras de uso de tecnologia e dados
    O RH pode reforçar as diretrizes da empresa quanto ao uso de e-mails corporativos, senhas, dispositivos e acesso a sistemas, inclusive com termos de ciência assinados pelos colaboradores.
  • Atuar como elo entre segurança e cultura organizacional
    Ao conectar segurança com valores, condutas e comportamentos, o RH ajuda a tornar o tema parte do dia a dia, e não apenas uma obrigação técnica.


O papel do Marketing na cibersegurança:

  • Proteger os acessos a redes sociais, CRMs e ferramentas digitais
    Utilizar
    autenticação multifator, controlar permissões e manter credenciais seguras evita invasões que podem comprometer a imagem da marca.
  • Revisar links, formulários e campanhas antes do envio
    Validação técnica e atenção aos detalhes evitam erros que podem ser explorados por cibercriminosos ou gerar falhas de segurança em páginas públicas.
  • Trabalhar com dados de leads e clientes de forma segura e ética
    Garantir o uso adequado das informações, respeitando as bases legais da LGPD e evitando vazamentos, é fundamental para a reputação da empresa.
  • Atuar como agente de comunicação sobre segurança
    O Marketing pode colaborar com campanhas internas e externas que reforcem a importância da cibersegurança, ajudando a sensibilizar diferentes públicos da empresa.


Quando essas áreas atuam em conjunto com a TI e com a liderança, a empresa ganha em maturidade, prevenção e agilidade para lidar com riscos. A segurança deixa de ser um esforço isolado e passa a ser parte da cultura e do posicionamento da marca.

Conclusão

Em um cenário onde os riscos se multiplicam e afetam cada vez mais áreas estratégicas, envolver RH e Marketing nas ações de cibersegurança tornou-se essencial.


Essas áreas lidam diretamente com pessoas, dados e canais de comunicação, pontos críticos que, se comprometidos, podem gerar impactos operacionais, jurídicos e reputacionais. Ao adotarem práticas seguras e atuarem em parceria com a área de segurança da informação, contribuem ativamente para um ambiente mais preparado e resiliente.


Por outro lado, o setor de cibersegurança tem um papel central: conduzir, orientar e integrar os esforços das demais áreas com clareza e suporte técnico. Cabe a ele desenvolver políticas, monitorar riscos, oferecer apoio estratégico e garantir que toda a empresa fale a mesma língua quando o assunto é segurança.


Construir uma cultura de proteção digital começa com colaboração, comunicação e responsabilidade compartilhada. E quanto mais alinhadas estiverem as equipes, mais forte será a defesa da organização como um todo.


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