Layout do blog

Shadow IT: o que é e como lidar com esse problema

Bruna Gomes
4 de julho de 2023

Você já se deparou com a situação em que os funcionários de uma empresa utilizam tecnologias não aprovadas ou não autorizadas pelo departamento de TI? Essa prática é conhecida como Shadow IT e é uma preocupação crescente nas organizações modernas.

 

Dentro de empresas de qualquer segmento, a área de TI precisa impor determinadas regras de acessos, para que tudo funcione com segurança. A Shadow IT acontece quando um funcionário decide ignorar ou burlar essas regras para adotar uma tecnologia sem o conhecimento da equipe de TI. O problema é que essa prática oferece muitos riscos para as empresas, principalmente em relação a segurança da informação.

 

Neste artigo, exploraremos de forma didática e informativa o conceito de Shadow IT e seus impactos para as organizações. Além disso, discutiremos estratégias e boas práticas para lidar com esse desafio. Continue a leitura!

O que é Shadow IT?

Shadow IT, também conhecido como TI sombra, é um termo que descreve a prática de utilização de tecnologias e serviços de tecnologia da informação por parte dos funcionários de uma organização sem o conhecimento ou aprovação do departamento de TI. É uma prática que pode ser entendida como um comportamento. Ou seja, significa que os funcionários estão adotando soluções tecnológicas por conta própria, sem seguir os processos e controles estabelecidos pelo departamento de TI.

 

Normalmente, a Shadow IT surge quando os funcionários encontram dificuldades em obter as ferramentas e os serviços necessários para realizar suas tarefas de forma eficiente. Eles podem considerar as soluções oferecidas pelo departamento de TI como lentas, burocráticas ou inadequadas para suas necessidades específicas. Como resultado, eles buscam alternativas independentes que consideram mais ágeis, fáceis de usar e eficazes.


De acordo com a Gartner, 38% das compras de tecnologia são gerenciadas, definidas e controladas por líderes de negócios, e não pelo departamento de TI. Porém, a Shadow IT apresenta alguns desafios e riscos para as organizações, principalmente em relação a segurança da informação. Ao utilizar tecnologias não aprovadas, os funcionários podem expor a empresa a vulnerabilidades e ataques cibernéticos. As soluções adotadas fora do controle de TI podem não possuir as mesmas medidas de segurança e proteção de dados implementadas pelo departamento.

Exemplo prático

Imagine uma empresa que possui um departamento de vendas. Os representantes de vendas desejam acessar informações e compartilhar dados com facilidade durante suas visitas aos clientes. No entanto, eles percebem que o sistema de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) fornecido pelo departamento de TI é complexo de usar, requer várias etapas de autenticação e não oferece recursos móveis adequados.

 

Dessa forma, os representantes de vendas começam a usar um aplicativo de CRM online disponível gratuitamente na loja de aplicativos em seus smartphones pessoais. Eles o utilizam para armazenar dados de clientes, registrar atividades e acompanhar o progresso das negociações. E o departamento de TI não tem conhecimento desse aplicativo e não o aprova oficialmente.

 

Nesse caso, a Shadow IT está em ação. Os representantes de vendas optaram por uma solução não autorizada pelo departamento de TI para atender às suas necessidades de forma mais ágil e conveniente.

 

Então podemos entender que a Shadow IT surge quando os funcionários adotam tecnologias e serviços por conta própria, contornando os canais e controles estabelecidos pelo departamento de TI. Embora isso possa trazer benefícios imediatos em termos de agilidade e facilidade de uso, também pode acarretar riscos significativos de segurança, conformidade, integração e controle para as organizações.

Riscos da Shadow IT

Ao buscar soluções por conta própria, os funcionários acabam recorrendo a “gambiarras” improvisadas que não seguem as melhores práticas de segurança. Isso pode abrir brechas e vulnerabilidades, comprometendo a segurança dos dados e dos sistemas da empresa.

 

Confira alguns dos principais riscos que a prática de Shadow IT pode causar a uma organização:

 

  • Perda de visibilidade e controle: a adoção de soluções sem o conhecimento do departamento de TI pode levar à perda de visibilidade e controle sobre as tecnologias e serviços utilizados pelos funcionários. Isso dificulta o monitoramento adequado da equipe de TI e o gerenciamento do ambiente tecnológico da organização.
  • Risco de vazamento de dados: o uso de tecnologias não autorizadas pode aumentar o risco de vazamento de dados sensíveis ou confidenciais da empresa. As soluções adotadas podem não possuir os mesmos níveis de proteção e criptografia de dados adotados pela equipe de TI. Isso pode resultar na perda de informações sensíveis e no acesso não autorizado de usuários externos.
  • Problemas de conformidade: a prática de Shadow IT viola as regulamentações e políticas internas da empresa. As soluções não autorizadas podem não cumprir requisitos legais e de segurança. Isso resulta na não conformidade com as leis de regulamentação de dados, como a LGPD, o que pode causar penalidade legais e danos à reputação da marca.
  • Falta de integração: usar tecnologias não autorizadas também atrapalha a integração e colaboração entre os sistemas e departamentos da empresa. Quando diferentes áreas da empresa adotam soluções tecnológicas independentes, há dificuldade na troca de informações entre os departamentos. Isso pode causar inconsistências, erros e prejudicar a eficiência operacional.

 

É importante que as empresas estejam cientes desses riscos e adotem medidas para gerenciar e mitigar os impactos da Shadow IT.

Como lidar com esse problema na sua empresa

  1. Defina uma política de segurança:

1. Defina uma política de segurança:


É essencial estabelecer uma política de segurança da informação clara, que aborde o uso de tecnologias e serviços de TI. Isso deve incluir diretrizes sobre quais soluções são aprovadas, quais devem ser evitadas e quais requisitos de segurança devem ser seguidos. Além disso, a política deve ser comunicada de maneira clara para todos os funcionários e reforçada regularmente.

2. Melhore seu monitoramento:


O monitoramento da rede auxilia na detecção mais rápidas de práticas de Shadow IT. Então, é importante implementar mecanismos de monitoramento para detectar a presença dessa prática na empresa. Isso pode ser feito por meio de ferramentas de gerenciamento de ativos de TI, análise de logs e registros de acesso, e monitoramento de tráfego de rede. Com um bom monitoramento, é possível identificar as soluções não autorizadas e tomar medidas adequadas para abordar o problema.

3. Melhore a comunicação com a equipe de TI:


A equipe de TI deve ter uma facilidade de comunicação e colaboração com os outros departamentos. Para isso, estabeleça canais de comunicação efetivos entre os funcionários e o departamento de TI. Os funcionários devem se sentir encorajados a relatar suas necessidades e dificuldades relacionadas às tecnologias disponíveis. Além disso, a equipe de TI deve fornecer suporte adequado, orientações e alternativas aprovadas para garantir que as necessidades dos funcionários sejam atendidas de forma segura e eficiente.

4. Promova uma cultura de segurança:


Além de possuir uma política de segurança eficiente, é fundamental promover uma cultura organizacional voltada para a segurança da informação. Isso envolve conscientizar os funcionários sobre os riscos associados à Shadow IT, fornecer treinamentos regulares sobre boas práticas de segurança, como a importância de proteger dados confidenciais e evitar o uso de soluções não autorizadas. Ao incentivar a responsabilidade compartilhada pela segurança, a empresa pode reduzir os comportamentos de Shadow IT.

5. Implemente processos ágeis e eficientes:


Para mitigar os motivos pelos quais os funcionários recorrem à Shadow IT, é importante que o departamento de TI seja ágil e eficiente em fornecer soluções tecnológicas. Isso inclui simplificar os processos de solicitação, aprovação e implementação de novas tecnologias. E garantir que as soluções sejam fáceis de usar e estejam alinhadas às necessidades dos funcionários. Ao agilizar esses processos, a empresa pode reduzir a tentação de buscar soluções não autorizadas.

Ao adotar essas práticas, sua empresa pode enfrentar o desafio da Shadow IT de forma mais eficaz, minimizando os riscos e promovendo o uso seguro e controlado de tecnologia em toda a organização.

Conclusão

Ao longo deste artigo, exploramos o conceito de Shadow IT e os desafios que ele apresenta para as empresas. Como vimos, a prática de utilizar tecnologias não autorizadas pela equipe de TI pode trazer riscos significativos.

 

No entanto, é importante lembrar que a Shadow IT surge de uma necessidade legítima dos funcionários de obterem soluções ágeis e eficientes para suas demandas diárias. Para lidar com esse desafio, as empresas podem adotar as medidas que citamos.

 

A chave para enfrentar a Shadow IT é encontrar o equilíbrio entre segurança e agilidade. É fundamental que as empresas compreendam as necessidades dos funcionários, oferecendo soluções alternativas e seguras.

 

Lidar com a Shadow IT exige uma abordagem proativa e adaptável. Com uma estratégia bem definida e a participação de todos os departamentos envolvidos, é possível minimizar os riscos, aumentar a segurança da informação e promover um ambiente de trabalho produtivo e alinhado com as melhores práticas de TI.


Usuário não-humano: o desafio da identidade digital para sistemas
Por Bruna Gomes 22 de outubro de 2025
Neste artigo, vamos entender o que são usuários não humanos, por que eles representam um desafio para a segurança digital e o que sua empresa pode (e deve) fazer para gerenciar essas identidades com mais controle, visibilidade e proteção.
O que a nova estratégia nacional de cibersegurança significa para empresas brasileiras
Por Helena Motta 7 de outubro de 2025
Nesse artigo vamos compreender como as principais decisões estabelecidas na Estratégia Nacional de Cibersegurança (E-Ciber) impactam as empresas brasileiras.
Por que cibersegurança também deve estar na pauta do RH e do Marketing?
Por Bruna Gomes 24 de setembro de 2025
Quando pensamos em cibersegurança, é comum imaginar que a responsabilidade está apenas nas mãos da equipe de TI. Mas, na prática, as ameaças digitais estão cada vez mais ligadas ao comportamento das pessoas e ao uso estratégico da informação. E isso envolve diretamente outras áreas da empresa, como RH e Marketing. Esses dois setores lidam com dados sensíveis, canais de comunicação e relacionamentos essenciais para a reputação da marca. Por isso, também estão entre os alvos preferenciais de cibercriminosos. Neste artigo, vamos mostrar por que a segurança digital precisa ser compartilhada com todas as áreas do negócio, quais são os riscos que atingem diretamente o RH e o Marketing, e como essas equipes podem contribuir ativamente para proteger a empresa. Continue a leitura!
Ransomware as a Service: como o crime cibernético virou modelo de negócios
Por Helena Motta 10 de setembro de 2025
O Ransomware é uma ameaça cibernética amplamente difundida e conhecida, mas nos últimos anos ele passou por uma espécie de industrialização com objetivo de potencializar os ganhos financeiros tanto de quem os cria quanto dos que o aplicam. Esse movimento causou um crescimento espantoso dessa ameaça, chegando ao ponto de ser declarada como uma ameaça à segurança nacional nos Estados Unidos. A escalada dos ataques tem afetado setores inteiros, com potencial de interromper serviços essenciais como hospitais, supermercados, sistemas de transporte e até fornecimento de energia. O impacto vai além do ambiente digital, podendo comprometer a operação e a reputação de uma organização por completo. Neste artigo, vamos mergulhar nesse assunto para compreender como o Ransonware as a Service (RaaS) funciona, assim como formas de evitar e minimizar sua ameaça.
Como identificar e evitar golpes digitais que miram pequenas e médias empresas
Por Helena Motta 26 de agosto de 2025
Pequenas e médias empresas (PMEs) tornaram-se um dos alvos favoritos de cibercriminosos. A percepção de que essas organizações têm defesas limitadas, cultura de segurança pouco madura e operações com terceirizações vulneráveis contribui para isso. Segundo o Mapa da Fraude 2025, da ClearSale, três em cada quatro vítimas de ataques cibernéticos no Brasil são pequenas ou médias empresas. E mais de 40% dos ataques globais registrados em 2024 miraram esse segmento. Este artigo apresenta os principais golpes digitais que atingem PMEs e oferece medidas acessíveis e eficazes para identificá-los e se proteger.
Governança de Dados: Como corrigir a promessa quebrada nas empresas
Por André Pino 12 de agosto de 2025
A governança de dados é, hoje, uma das principais prioridades para empresas que desejam se manter competitivas em um mundo cada vez mais orientado por informações. Cerca de 70% das corporações mais valiosas do planeta já são data-driven, o que reforça a importância de saber gerenciar, proteger e governar dados sensíveis de forma eficaz. No entanto, apesar dos investimentos, muitas organizações ainda enfrentam um cenário frustrante: a promessa da governança de dados não está sendo cumprida. Isso acontece porque os modelos tradicionais se baseiam em processos manuais, auditorias periódicas e equipes desconectadas. O resultado? Um sistema engessado, reativo e com políticas que raramente saem do papel. A governança de dados moderna, por outro lado, exige automação, visibilidade contínua e integração com ferramentas de segurança como DSPM (Data Security Posture Management) e DLP (Data Loss Prevention). Neste artigo, vamos explorar porque a governança de dados falha em muitas empresas e como soluções como o DSPM têm transformado essa realidade, tornando a governança mais eficiente, proativa e alinhada aos desafios atuais da segurança da informação.
Shadow AI: O risco invisível que já está na sua empresa
Por André Pino 30 de julho de 2025
A ascensão da inteligência artificial (IA) transformou profundamente a forma como empresas operam, inovam e se comunicam. Porém, à medida que ferramentas baseadas em IA se popularizam, de assistentes de escrita a plataformas de geração de conteúdo, uma ameaça silenciosa cresce dentro das organizações: o Shadow AI. Trata-se do uso não autorizado ou não monitorado de aplicações de IA por colaboradores, sem o conhecimento da equipe de TI ou segurança da informação. Segundo o relatório The State of AI Cyber Security (2025), produzido pela Check Point Research, mais da metade das redes corporativas (51%) já utilizam serviços de GenAI regularmente. Frequentemente sem políticas de governança bem definidas ou qualquer tipo de controle formal. Neste artigo, você entenderá o que é Shadow AI, os riscos de segurança e conformidade que ele representa e por que a governança de IA deve ser uma prioridade para empresas de todos os portes.
Vulnerabilidades em softwares de código aberto: riscos ocultos e como mitigá-los
Por Bruna Gomes 15 de julho de 2025
O código aberto está em toda parte. De sistemas operacionais a bibliotecas de desenvolvimento, passando por bancos de dados, ferramentas de automação e até soluções de segurança, o software open source faz parte da base tecnológica de milhares de empresas. Sua adoção cresceu com a busca por mais agilidade, menor custo e liberdade técnica e, por isso, se tornou uma escolha estratégica em muitos projetos. Mas junto com os benefícios, surgem também responsabilidades. Diferente de soluções proprietárias, o código aberto não vem com garantias formais de suporte ou atualização. Cabe à própria empresa decidir como usar, validar, manter e proteger o que adota. E é nesse ponto que surgem riscos muitas vezes invisíveis: vulnerabilidades não corrigidas, falhas herdadas de bibliotecas externas, ou até problemas legais por uso indevido de licenças. Neste artigo, você vai entender o que são softwares de código aberto, por que tantas empresas apostam neles, quais são os riscos mais comuns e, principalmente, como mitigar esses riscos. Vamos nessa? 
Excesso de alertas: como o ruído prejudica a resposta a incidentes cibernéticos
Por Helena Motta 1 de julho de 2025
O avanço acelerado das ameaças digitais nos últimos anos tem levado empresas de todos os portes a reforçarem suas estratégias de segurança. Soluções como SIEMs, EDRs, IDS/IPS, firewalls, CASBs e XDRs tornaram-se comuns nas infraestruturas corporativas. Essas ferramentas prometem visibilidade e controle sobre ambientes cada vez mais complexos e distribuídos. No entanto, essa abundância tecnológica tem gerado um efeito colateral preocupante: o excesso de alertas. O fenômeno c onhecido como alert fatigue, ou excesso de alertas, afeta diretamente a eficiência dos times de segurança. As equipes se veem sobrecarregados por um volume massivo de notificações diárias que muitas vezes são irrelevantes ou redundantes. Em vez de fortalecer a resposta a incidentes, o ruído gerado pelas ferramentas de defesa acaba prejudicando a capacidade de detectar, priorizar e agir diante de ameaças reais. Neste artigo, exploramos como o excesso de alertas compromete a segurança cibernética nas organizações, analisamos suas causas e consequências e apresentamos estratégias eficazes para mitigar esse problema e melhorar a resposta a incidentes.
O papel do líder na proteção cibernética da empresa
Por Bruna Gomes 17 de junho de 2025
O cenário da segurança cibernética está cada vez mais desafiador. A cada dia surgem novas ameaças, mais sofisticadas e difíceis de detectar, exigindo atenção constante e respostas rápidas. Com isso, os líderes técnicos, especialmente os responsáveis diretos pela segurança da informação, estão sobrecarregados, estressados e, muitas vezes, trabalhando no limite. A verdade é que proteger uma organização não pode ser tarefa de uma única área. A responsabilidade pela segurança digital precisa ser compartilhada por toda a liderança. Em um ambiente cada vez mais conectado, qualquer decisão estratégica (de negócios, operações, tecnologia ou pessoas) pode impactar diretamente a integridade dos dados e a continuidade do negócio. Neste artigo, você vai entender por que a cibersegurança deve estar na agenda dos líderes, quais são os riscos da ausência de envolvimento e como decisões do dia a dia influenciam o nível de proteção da empresa. Continue a leitura!
Share by: