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No atual da cibersegurança, as contantes ameaças de incidentes e ataques cibernéticos destaca a necessidade de as organizações adotarem estratégias proativas e eficazes para proteger seus ativos e dados sensíveis. Nesse contexto, o desenvolvimento de um Plano de Resposta a Incidentes é como uma peça fundamental para a estratégia de defesa das empresas.

Este plano não apenas serve como um guia estruturado para enfrentar situações críticas, mas também representa um comprometimento sério com a segurança da informação. No artigo de hoje, vamos explicar os incidentes de segurança, a importância de ter um plano de resposta eficiente, passos de como você pode criar um e muito mais. Continue a leitura!

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O que são incidentes de segurança da informação?

Um incidente de segurança da informação é qualquer situação na qual os pilares fundamentais da Segurança da Informação — confidencialidade, integridade e disponibilidade — são comprometidos. Esses incidentes abrangem uma variedade de eventos, tanto suspeitos quanto confirmados, relacionados à segurança de redes e sistemas, englobando todas as situações ligadas à integridade de dados corporativos ou pessoais.

Vale ressaltar que nem todos os incidentes de segurança envolvem dados pessoais, mas todo incidente de dados pessoais se configura como um incidente de segurança. De acordo com o Guia de Respostas a Incidentes do Governo Federal, um incidente de segurança com dados pessoais configura-se como qualquer evento confirmado que viole a segurança desses dados, expondo-os a acessos não autorizados, situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração ou comunicação inadequada.

Portanto, ter uma compreensão abrangente desses incidentes é crucial, especialmente considerando as regulamentações de proteção de dados, como a LGPD, a fim de proporcionar uma resposta eficaz e em conformidade com as normas vigentes.

Exemplos de incidentes de segurança

Um incidente de segurança é um evento com potencial para desencadear uma crise, perda e/ou interrupção no fluxo dos negócios. Alguns exemplos concretos são:

  • Vazamento ou sequestro de dados pessoais: decorrente dos ataques hackers, esse incidente expõe informações confidenciais, tornando-as vulneráveis a usos indevidos.
  • Acesso não autorizado a dados pessoais: quando indivíduos não autorizados conseguem acessar informações sensíveis, comprometendo a integridade e confidencialidade dos dados.
  • Exposição acidental em redes sociais e comunicados: informações pessoais expostas em plataformas online, comunicados ou redes sociais, aumentando o risco de exploração.
  • Perda de dados por eventos naturais e atualizações do sistema: catástrofes naturais, quedas de energia ou atualizações de sistemas podem resultar na perda irreparável de dados, exigindo uma resposta ágil.
  • Eliminação indevida e alteração por colaboradores: ações indevidas, como a eliminação não intencional ou a modificação inadequada de dados pessoais por parte de colaboradores, representam ameaças internas.

O que a LGPD estabelece para casos de incidentes?

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece que a segurança dos dados pessoais é uma responsabilidade de todos os envolvidos no tratamento dessas informações. Os agentes de tratamento têm a obrigação de implementar medidas de segurança, sejam elas técnicas ou administrativas, capazes de proteger os dados pessoais contra qualquer incidente de segurança.

No artigo 46 da Lei, há diretrizes claras que obrigam os envolvidos no tratamento a adotarem medidas de segurança da informação desde a concepção até a execução de produtos, serviços ou soluções. Em caso de incidentes, a LGPD estabelece uma abordagem cautelosa.

O controlador, após avaliação, deve determinar se o incidente pode causar risco ou dano relevante aos titulares. Se tal risco for identificado, a LGPD impõe a obrigatoriedade de comunicação à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e aos titulares afetados. O controlador tem um papel muito importante nesse processo, já que é o responsável por comunicar a ocorrência do incidente. E a legislação enfatiza essa transparência e a responsabilidade dos controladores, incentivando a divulgação pública do ocorrido.

A transparência na comunicação e as ações coordenadas, conforme a LGPD, são cruciais para que os titulares compreendam o impacto e a resposta da organização diante de incidentes de segurança.

Qual a importância de Plano de Resposta a Incidentes?

O Plano de Resposta a Incidentes é uma parte essencial da estratégia de segurança cibernética de uma organização. Esse documento reuni o planejamento para cada tipo de equipe ou incidente de TI, provenientes de diversas fontes que podem ser potenciais alvos de ataques e vazamentos de dados, desde os amplamente conhecidos, como e-mails, até particularidades internas, como soluções de intranet.

É um plano que resume os procedimentos e ferramentas necessários para guiar os profissionais de TI na prevenção, identificação e mitigação das ameaças cibernéticas. Seu propósito central é proporcionar uma resposta ágil e coordenada diante dos desafios de segurança do cenário organizacional, buscando minimizar custos e danos potenciais.

Com um Plano de Reposta a Incidentes, a empresa conta com uma abordagem sistemática para abordar as complexidades da segurança cibernética. Ele descreve detalhadamente os recursos, tecnologias e ferramentas que serão empregados, proporcionando uma resposta eficiente e reduzindo significativamente os impactos financeiros e operacionais que poderiam ser gerados pela ocorrência de problemas de segurança.

O desenvolvimento e implementação de um Plano de Resposta a Incidentes representam medidas estratégicas essenciais que aprimoram a resiliência organizacional diante das ameaças em constante evolução no cenário digital. Essa decisão estratégica é fundamental para organizações modernas, refletindo a crescente complexidade e sofisticação das ameaças cibernéticas. Em um ambiente cibernético dinâmico e desafiador, a adoção de um Plano de Resposta a Incidentes surge como uma medida essencial para proteger os interesses da organização.

Benefícios de ter um plano de reposta a incidentes

Um plano de resposta a incidentes oferece inúmeros benefícios para as organizações, incluindo:

  • Resposta rápida e eficaz: permite uma reação imediata diante de incidentes, minimizando danos e interrupções nos negócios.
  • Redução de impactos financeiros: ajuda a mitigar custos associados a violações de segurança, como multas, perda de receita e reparo de danos.
  • Proteção da reputação: preserva a imagem da organização ao lidar proativamente com incidentes, fortalecendo a confiança de clientes e parceiros.
  • Conformidade regulatória: facilita a conformidade com regulamentações de segurança de dados, evitando penalidades legais e mantendo a integridade das operações.
  • Aprendizado contínuo: proporciona insights valiosos após cada incidente, aprimorando constantemente a postura de segurança da organização.

Como criar um Plano de Resposta a Incidentes?

Como vimos, criar um Plano de Resposta a Incidentes é um processo estratégico e crucial para fortalecer a segurança cibernética de uma organização. Seguindo uma abordagem estruturada, o plano pode ser dividido em seis etapas:

1. Preparação:

O ponto inicial na implementação de um Plano de Resposta a Incidentes é a formação de uma equipe dedicada, pronta para atuar quando ocorrer um incidente. Essa equipe realiza a triagem inicial das notificações de incidentes, garantindo que apenas aqueles que atendem aos critérios predefinidos acionem o time de resposta. A preparação inclui a definição de funções e responsabilidades, treinamento regular da equipe e a criação de procedimentos operacionais padrão.

2. Identificação:

Durante essa fase, realiza-se uma avaliação detalhada do incidente para compreender sua natureza e extensão. Caso o incidente atenda aos critérios predefinidos ou apresente riscos aos titulares de dados, são acionados processos para notificar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e os titulares, em conformidade com as regulamentações. Nessa fase é importante levantar o máximo de informação possível, como por exemplo:

  • A causa do incidente;
  • As vulnerabilidades exploradas ou que levaram ao incidente;
  • Os sistemas, equipamentos e redes comprometidos;
  • Os setores da empresa afetados;

3. Contenção:

A fase de contenção desempenha um papel crucial ao conter e mitigar os danos provocados pelo incidente. Nesse estágio, a equipe de resposta atua de maneira imediata e decisiva, adotando medidas para evitar prejuízos substanciais. Isolando a área afetada, a equipe impede a disseminação do incidente para áreas críticas, reduzindo significativamente seu impacto nos sistemas e dados da organização. A agilidade e eficácia demonstradas durante essa fase são fundamentais para proteger os ativos da organização e estabelecer uma base sólida para as etapas subsequentes de erradicação, recuperação e documentação do incidente.

4. Erradicação:

Na fase da erradicação, a equipe se dedica à completa eliminação da vulnerabilidade que propiciou o incidente. Esse estágio visa garantir que a ameaça seja erradicada de forma abrangente e permanente. Para isso, são implementadas práticas rigorosas, incluindo a realização de atualizações sistemáticas, correções de segurança específicas e uma minuciosa revisão das políticas internas. Este processo não apenas remove as implicações imediatas do incidente, mas também fortalece proativamente o ambiente contra futuras explorações, contribuindo para a robustez e resiliência contínua dos sistemas de segurança da organização.

5. Recuperação:

A etapa de recuperação concentra-se na restauração dos serviços afetados e na retomada da normalidade operacional do sistema. Durante essa fase, são implementadas ações estratégicas para assegurar a continuidade operacional, visando a minimização do tempo de inatividade. A equipe empenha-se em recuperar não apenas os sistemas, mas também a confiança dos clientes e a integridade dos dados. A eficácia dessa fase é essencial para mitigar os impactos do incidente, permitindo que a organização retorne às suas operações regulares com a máxima eficiência possível.

6. Documentação:

Com o incidente contido e os serviços restaurados, a equipe realiza uma análise crítica da situação. A documentação é crucial nesse processo, registrando detalhadamente o incidente e todas as ações tomadas nas etapas anteriores. Além disso, são registradas as lições aprendidas durante o incidente, proporcionando insights para melhorar continuamente o Plano de Resposta a Incidentes. Essa documentação servirá como referência para futuras análises e aprimoramentos.

Ao detalhar cada etapa, as organizações podem criar um Plano de Respostas a Incidentes personalizado que se adapte às suas necessidades específicas, proporcionando uma resposta eficiente a incidentes de segurança cibernética.

Conclusão

Nesse cenário dinâmico e desafiador da cibersegurança, a criação e implementação de um Plano de Resposta a Incidentes em uma organização é imprescindível. Diante das crescentes ameaças, as organizações devem estar preparadas para responder de maneira rápida e eficiente, garantindo a proteção de seus ativos e a continuidade operacional. A abordagem estruturada por meio das etapas de preparação, identificação, contenção, erradicação, recuperação e documentação não apenas fortalece a capacidade de resposta, mas também contribui para a resiliência da organização diante de possíveis adversidades.

Ao adotar medidas proativas e focar na implementação efetiva do plano, as empresas não apenas mitigam os impactos negativos de incidentes de segurança, mas também demonstram um compromisso sério com a proteção de dados e a segurança da informação. Em um mundo cada vez mais conectado, a criação de um Plano de Resposta a Incidentes é uma estratégia essencial para enfrentar os desafios contínuos da cibersegurança.