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Você já ouviu falar em Deepfake? Apesar de não ser muito conhecido, esse não é um conceito novo. O Deepfake é uma tática de vídeo que tem evoluído bastante, tornando cada vez mais difícil discernir qual vídeo é verdadeiro. O número de casos de vídeos falsos aumentaram progressivamente, principalmente com a proximidade das eleições.

A tecnologia de fazer modificações em vídeos utilizando a Inteligência Artificial (IA) já era muito utilizada no cinema. Mas essa ideia só se tornou popular nos últimos anos e hoje existem até aplicativos gratuitos que ajudam a produzir deepfakes. Essa é uma técnica que, assim como a fake news, pode enganar muitas pessoas sobre notícias importantes. No artigo de hoje vamos entender melhor o que é o deepfake e como identificar esse tipo de vídeo. Continue a leitura! 

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O que é Deepfake?

O deepfake é uma técnica que utiliza a Inteligência Artificial (IA) para criar vídeos falsos. Nesses vídeos, o rosto de uma pessoa é colocado em outro corpo ou há a combinação de um áudio com um vídeo já existente. O objetivo é utilizar a tecnologia para reproduzir uma situação que não aconteceu. 

O termo tem relação com o deep learning. É uma técnica para fazer machine learning, e surgiu em dezembro de 2017 com a postagem de falsos vídeos íntimos envolvendo artistas famosas. O usuário utilizava um software de deep learning para colocar os rostos das mulheres em vídeos já existentes.

E como vimos, essa técnica já era utilizada há muitos anos pelos filmes de Hollywood, que criavam cenas inteiras, mas gastando muito dinheiro. O perigo é que agora existem novos métodos, que são bem mais baratos, para a produção de vídeos falsos. O criador só precisa ter acesso a algoritmos de deep learning e um bom processador gráfico para reproduzir um deepfake.

Como funciona?

Basicamente, é só alimentar um software com diversas fotos e vídeos de uma pessoa, que a máquina aprende suas características, como feições e movimentos. Com isso, é capaz de criar uma animação falsa.  

Tecnologicamente, o deepfake funciona a partir de Redes Adversariais Generativas (GAN), onde uma inteligência artificial geradora e uma discriminadora são unidas e alimentadas com informações. Com isso, a IA discriminadora aprende a distinguir o que é falso ou verdadeiro e a IA geradora aprende a desenvolver fakes capazes de confundir a IA discriminadora.

Ou seja, o software é alimentado sincronicamente com dados verdadeiros e dados falsos, até encontrar um ponto de convergência onde possa unir os dois rostos. Assim, a tecnologia é capaz de receber informações de uma pessoa e processar como se fosse outra.

Como identificar um deepfake?

Os deepfakes são predominante usados em tom de humor nas redes sociais. Mas, há muitos perigos na criação de vídeos falsos. O deepfake permitiu que uma propaganda de streaming revivesse o personagem Chaves, mas também serviu para que golpistas se passassem por Elon Musk. É preciso estar atento a essa nova tecnologia e saber como identificar esse tipo de vídeo. Até porque, alguns especialistas alertam para o protagonismo que essa técnica pode assumir nas eleições de 2022, elevando a dificuldade do combate às famosas Fake News. 

Pensando nisso, separamos algumas dicas para que você possa identificar um deepfake. Confira:

  • Traços humanos:

Apesar de ser uma tecnologia muito eficiente, especialistas afirmam que existem alguns traços humanos que essa Inteligência Artificial não consegue reproduzir. Por isso, fique atento aos padrões, como piscadas de olhos estranhas ou movimentos bruscos e forçados, e até mesmo borrões na imagem.

  • Coordenação do vídeo:

A técnica do deepfake gera uma espécie de máscara em 2D, que é ajustada ao rosto da pessoa verdadeira, por isso, ainda não consegue desenvolver rostos tridimensionais, . Sendo assim, é preciso observar se a fala está coordenada com o movimento da boca e também, analisar a coloração da imagem.

  • Algoritmo de identificação:

Pesquisadores das universidades de Berkeley e Southern California utilizaram as mesmas tecnologias aplicadas nos deepfakes para desenvolver um algoritmo que possa identificar essas manipulações. O algoritmo consegue apontar quando as falas apresentadas são verdadeiras ou falsas. Isso porque, apesar de ser um avanço tecnológico, o deepface ainda apresenta dificuldade em analisar imagens nas quais o locutor não está olhando diretamente para a câmera. 

  • Método para impedir:

Os pesquisadores da Cornell University também desenvolveram pesquisas em busca de evitar a propagação de vídeos falsos. Eles criaram um método que impede a geração de deepfakes. São inseridos na imagem original, ruídos imperceptíveis aos olhos humanos que impedem que a IA identifique o rosto verdadeiro, identificando elementos que não existem na imagem.

Essas são algumas dicas para que você possa tentar identificar um deepfake. Em questão de regulamentação dessa prática, há divergência se irão utilizar leis que já existem, como a LGPD, ou se irão criar leis novas para os casos de deepfake.   

A técnica tem se expandido e se popularizado cada vez mais, e mesmo assim, ainda faltam mecanismos de proteção contra essa falsificação de imagens. Por isso, é importante ter cuidado com os conteúdos que são compartilhados na internet. E é preciso sempre checar se as informações são verdadeiras e procurar uma fonte confiável para confirmá-las.